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terça-feira, 30 de abril de 2013

GÁLATAS


                GÁLATAS


Introdução 1.1-5
O outro “evangelho” 1.6-10
A missão e a mensagem de Paulo 1.11—2.21
A defesa do verdadeiro evangelho 3.1—4.31
O evangelho e a vida cristã 5.1—6.10
Palavras finais e bênção 6.11-18
INTRODUÇÃO
Quando o evangelho se espalhou pelo Império Romano e muitos não-judeus começaram a aceitar Jesus como Salvador, logo surgiram discussões se era necessário que os não-judeus seguissem as leis dos judeus, especialmente a lei que mandava que todo homem fosse circuncidado (At 15.1-33). Essa mesma discussão aconteceu nas igrejas que o apóstolo Paulo havia fundado na região da Galácia. Vários cristãos judeus estavam dizendo àqueles cristãos não-judeus que eles precisavam obedecer à Lei de Moisés para que fossem aceitos por Deus.

A Carta aos Gálatas é a resposta que Paulo dá a essa falsa doutrina. Com argumentos fortes e palavras, às vezes, chocantes, Paulo denuncia esse falso “evangelho” que está sendo anunciado e procura levar de volta para a fé verdadeira aqueles que estão se desviando do caminho certo. Ele fala sobre a sua própria experiência cristã e defende a sua autoridade como apóstolo. Mostra também como, na reunião dos líderes cristãos realizada em Jerusalém, ele tinha recebido a aprovação deles para continuar a anunciar aos não-judeus a mensagem de que a salvação depende somente da fé e não daquilo que a Lei de Moisés manda fazer. Em defesa da sua posição, Paulo cita o AT e fala sobre a experiência de Abraão, o pai do povo escolhido. Ele mostra que Abraão foi aceito por Deus não por causa das suas obras, mas porque teve fé em Deus. Na última parte da carta, Paulo fala sobre a liberdade que têm as pessoas que crêem em Cristo e como essa liberdade se torna realidade na vida cristã.
1. CONTEÚDO
Como de costume, Paulo começa esta carta com uma saudação (1.1-2) e uma oração em favor dos leitores (1.3). Mas nessa carta Paulo não faz uma oração de ação de graças pelos leitores, como faz na maioria das outras cartas (Rm 1.8-12; 1Co 1.4-9; Fp 1.2-11; Cl 1.13-14). Ele começa logo a tratar do assunto que o leva a escrever aos gálatas.
Depois de criticar severamente os que estavam anunciando uma mensagem diferente do evangelho que ele havia anunciado aos gálatas (1.6-10), Paulo se defende da acusação que os seus adversários estavam fazendo contra ele. Eles estavam dizendo que Paulo não era um apóstolo como os apóstolos que tinham sido chamados por Jesus. Paulo afirma que foi o próprio Senhor Jesus Cristo quem o chamou para ser apóstolo e que os apóstolos em Jerusalém o tinham aceitado e dado o seu apoio à missão que ele havia recebido de pregar o evangelho aos não-judeus (1.11—2.21).
Nos caps. 3—4, Paulo desenvolve o tema central da Carta: Deus aceita a pessoa por causa da sua fé em Cristo Jesus e nunca porque obedece à Lei de Moisés. Paulo mostra que o propósito da lei nunca foi o de ser o meio de salvação; a promessa que Deus fez a Abraão veio muito antes da lei, cuja validade terminou quando Cristo veio ao mundo. A lei nos leva para a escravidão e morte espirituais; a graça de Deus nos traz vida.
Em seguida (5.1—6.10), Paulo fala sobre a liberdade que temos por estarmos unidos com Cristo Jesus. Essa liberdade, entretanto, precisa ser usada para o bem dos outros, sob a direção do Espírito de Deus, o qual se opõe à natureza humana.
Paulo termina com um último apelo aos gálatas para que fiquem firmes no evangelho da graça de Deus. É a morte de Cristo na cruz que nos salva, que faz com que sejamos pessoas novas.

2. MENSAGEM
2.1. Como é que Deus nos aceita Como é que somos salvos? A resposta de Paulo é que a salvação vem somente da graça de Deus por meio da nossa fé em Cristo Jesus e nunca por meio de obras. Pois, se a pessoa é salva por obedecer à lei, então a morte de Cristo foi em vão (2.21).

2.2. O Espírito de Deus e a natureza humana Há duas forças que nos podem dominar: a nossa natureza humana (ver 5.13, n.) ou o Espírito de Deus (ver 5.16-26, n.). A natureza humana (“a carne”) leva à morte; o Espírito de Deus dá vida. Essas duas forças são inimigas uma da outra, e os cristãos precisam deixar que o Espírito dirija a vida deles (5.16).

2.3. Unidos com Cristo Jesus Esta é uma das figuras que Paulo usa para falar sobre a vida cristã. No batismo, ficamos unidos com Cristo e nos vestimos com as qualidades dele. E todos somos um só por estarmos unidos com Cristo Jesus (3.27-28).

2.4. Mensagem para hoje A mensagem que Paulo escreveu para os gálatas no primeiro século da era cristã precisa ser ouvida muitas vezes pelos cristãos de hoje. A mensagem é esta: por causa da graça de Deus, ficamos livres do poder do pecado e temos a liberdade que Deus dá por meio de Jesus Cristo. Essa liberdade é aceita e recebida pela fé, somente pela fé, e nunca pelas obras. A mensagem de Paulo vale para nós tanto quanto valeu para eles: “Cristo nos libertou para que nós sejamos realmente livres. Por isso, continuem firmes como pessoas livres e não se tornem escravos novamente” (5.1).

3. DATA, LUGAR ONDE FOI ESCRITA, LEITORES
3.1. Não sabemos exatamente quando é que Paulo escreveu esta carta, mas foi depois da visita que ele e Barnabé fizeram a Jerusalém a fim de se encontrar com os outros apóstolos e que é relatada em Gl 2.1-10. Muitos estudiosos acham que essa visita foi a mesma que é contada em At 15.1-35; nesse caso, a carta foi escrita mais ou menos no ano 56 d.C. Outros, no entanto, acreditam que essa visita de Gl 2 corresponde a uma viagem que foi feita algum tempo antes e que é mencionada em At 11.30; 12.25. Seja como for, a Carta aos Gálatas é uma das primeiras cartas que Paulo escreveu.

3.2. Não é possível dizer qual é o lugar a que Paulo se refere quando diz, em 1.2, “Todos os irmãos e irmãs que estão aqui comigo...” A cidade de Éfeso ou alguma cidade situada na província da Macedônia são os dois lugares mais prováveis.
3.3. O lugar chamado “Galácia” (1.2) pode referir-se a uma das seguintes regiões: 1) Pode ser a província romana que, naquele tempo, incluía o território ocupado hoje em grande parte pelo Centro-Sul da Turquia. As cidades de Antioquia da Pisídia, Icônio, Listra e Derbe ficavam na província da Galácia. Na sua primeira viagem missionária, Paulo havia fundado igrejas nessas cidades (At 13.13—14.23), e, assim, “as igrejas da Galácia” seriam aquelas mesmas igrejas. 2) Mas “Galácia” pode referir-se também à região em que moravam gauleses, no território que hoje faz parte da região Centro-Norte da Turquia. Ali ficavam as cidades de Pessinus, Górdio e Ancira, as quais não são mencionadas nas atividades missionárias de Paulo. Mas alguns acham que a “região da Frígia-Galácia” de At 16.6 (ver também 18.23) se refere à Galácia dos gauleses.
4. OS ADVERSÁRIOS DE PAULO
Os que estavam perturbando os gálatas são considerados por Paulo como falsos cristãos e “espiões” da liberdade dos outros (2.4), homens que pregavam um “evangelho” diferente do evangelho que Paulo pregava (1.9). Não é possível dizer exatamente quem eles eram, mas sabemos o que estavam ensinando. Eles estavam dizendo que os não-judeus que queriam se tornar cristãos precisavam obedecer às leis e às cerimônias do Judaísmo. A mais importante dessas leis era a que mandava que todo homem fosse circuncidado, para assim fazer parte do povo escolhido de Deus e ser herdeiro da aliança que Deus havia feito com Abraão.
Parece claro que eles eram cristãos que tinham vindo de um ambiente judeu muito rigoroso e que estavam acostumados a cumprir a Lei de Moisés nos seus mínimos detalhes. Também é provável que eles não eram da Galácia, mas tinham vindo de outros lugares. Não é possível afirmar que os homens que Tiago tinha enviado a Antioquia (2.12) eram, de fato, os adversários que Paulo condena tão severamente.
Eles estavam acusando Paulo de duas coisas: 1) Ele não era um verdadeiro apóstolo e por isso não podia falar com autoridade apostólica. 2) Diziam também que o evangelho que Paulo anunciava não estava certo e que, por isso, precisava ser corrigido por alguns outros ensinamentos e práticas religiosas.
Paulo se defende energicamente dessas duas acusações e usa de uma severidade fora do comum tanto ao condenar os seus adversários como também ao tratar com os próprios cristãos da Galácia. Ele sabia que a verdadeira mensagem da boa notícia da graça de Deus corria o perigo de ser substituída por ensinamentos falsos, o que levaria os gálatas a serem excluídos da graça de Deus. Foi por isso que ele escreveu esta carta com vigor e convicção aos seus amados irmãos das igrejas da Galácia.



AT Antigo Testamento
caps. capítulos
5.13, 5.13 chamados para serem livres Ver v. 1, n. a natureza humana Ao pé da letra, o texto original diz “carne”, palavra que é usada muitas vezes no NT para falar sobre o ser humano como ele é, separado de Deus e dominado pelo pecado (ver Intr. 2.2; vs. 6-17). amor Ver 1Co 8.1, n. sirvam uns aos outros Mt 20.26; 1Pe 4.11.
5.16-26, n. 5.16 natureza humana Ver Intr. 2.2.
d.C. depois de Cristo
Sociedade Bíblica do Brasil: Bíblia De Estudo Nova Tradução Na Linguagem De Hoje. Sociedade Bíblica do Brasil, 2005; 2005, Gl

Um homem justo


Um homem justo
Devocional 01_03_13


Mateus 1:18-25 Ora, o nascimento de Jesus Cristo foi assim: Estando Maria, sua mãe, desposada com José, antes de se ajuntarem, ela se achou ter concebido do Espírito Santo. E como José, seu esposo, era justo, e não a queria infamar, intentou deixá-la secretamente. E, projetando ele isso, eis que em sonho lhe apareceu um anjo do Senhor, dizendo: José, filho de Davi, não temas receber a Maria, tua mulher, pois o que nela se gerou é do Espírito Santo; ela dará à luz um filho, a quem chamarás JESUS; porque ele salvará o seu povo dos seus pecados. Ora, tudo isso aconteceu para que se cumprisse o que fora dito da parte do Senhor pelo profeta: Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho, o qual será chamado EMANUEL, que traduzido é: Deus conosco. E José, tendo despertado do sono, fez como o anjo do Senhor lhe ordenara, e recebeu sua mulher; e não a conheceu enquanto ela não deu à luz um filho; e pôs-lhe o nome de JESUS.

1.       Esta é a história do nascimento de Jesus Cristo o Senhor.

Há muito tempo que em Israel se esperava um Messias, alguém capaz de libertar o povo de uma vez por todas de todo o jugo romano. Os romanos dominavam o povo, mas antes deles outros povos também os dominaram, e depois que Israel tinha ido para o cativeiro babilônico nunca mais se ergueram um rei capaz de lutar pelo povo chamado de DEUS.

Mais do que nunca o povo ansiava por um redentor. O povo clamava por alguém que de fato o liderasse, inclusive numa batalha, e todos esperavam e desejavam o Messias.

2.       Maria era uma moça virgem que acabara de ser prometida para um jovem rapaz!

Maria uma jovem que tinha aproximadamente entre 12 e 15 anos e Jesus seu filho nascera um ano após o noivado com José.

Segundo uma tradição católica estima-se que Maria teria nascido a 8 de setembro,  num sábado, data em que a Igreja católica festeja a sua Natividade. Também é da tradição pertencer à descendência de Davi - neste sentido existem relatos de Inácio de AntioquiaIrineuJustino e deTertuliano - consta ainda dos "apócrifos" Evangelho do nascimento de Maria e do “Protoevangelion” e é também de uma antiga tradição que remonta ao século II que seu pai seria Joaquim, descendente de Davi, e que sua mãe seria Ana, da descendência do Sacerdote Aarão.

Alguns autores afirmam que Maria era filha de Eli, mas a genealogia fornecida por Lucas alista o marido de Maria, José, como "filho de Eli". A Ecyclopédia de M'Clintock e Strong diz: "É bem conhecido que os judeus, ao elaborarem suas tabelas genealógicas, levavam em conta apenas os varões, rejeitando o nome da filha quando o sangue do avô era transmitido ao neto por uma filha, e contando o marido desta filha em lugar do filho do avô materno. (Números 26:33)."

Possivelmente por este motivo Lucas diz que José era filho de Eli (Lucas 3:23).

Pelo texto Caverna dos Tesouros, atribuído a Efrém da Síria, Ana (Hannâ ou Dînâ) era filha de Pâkôdh e seu marido se chamava Yônâkhîr. Yônâkhîr e Jacó eram filhos de Matã e Sabhrath. Jacó foi o pai de José, desta forma, José e Maria eram primos. Maria nasceu sessenta anos depois que seu pai, Joaquim, tomou Ana por esposa.

De acordo com o costume judaico aos três anos, Maria teria sido apresentada no Templo de Jerusalém, é também da tradição que ali teria permanecido até os doze anos no serviço do Senhor, quando então teria morrido seu pai, São Joaquim.

Com a morte do pai, Maria teria se transferido para Nazaré, onde José morava. Três anos depois realizar-se-iam os esponsais. Os padres bolandistas, que dirigiram a publicação da Acta-Sanctorum de 1643 a 1794, supõem em seus estudos que Joaquim era irmão de José, o que car6acterizaria um caso de endogamia, o que era comum entre os judeus.

Maria é conhecida no cristianismo e pros mulçumanos como uma mulher agraciada por DEUS e que gerou de forma milagrosa seu filho JESUS O CRISTO.

Maria é cultuada pelos católicos como mãe de DEUS. Mas no mundo evangélico ela é uma mulher agraciada que foi visitada de forma sobrenatural, e deixou-se ser o canal da bênção para a humanidade, porém não pode ser cultuada, por que somente DEUS pode receber culto. Agora ela precisa ser respeitada como nossa irmã, que se deixou ser usada por DEUS para uma obra sem precedentes na história, mesmo correndo o risco de morte por apedrejamento que era a punição por engravidar de outro homem antes do casamento quando se estava prometida.

3.       Só que ela apareceu grávida. Achou-se grávida pelo Espírito Santo.

A gravidez de Maria poderia ter lhe custado à vida. Ela conhecia bem os riscos, ela sabia o que poderia acontecer se José a difamasse. Porém ela aceitou a proposta de DEUS.

Maria é um exemplo de alguém que põe o plano de DEUS acima do conforto pessoal. De alguém que põe os projetos de DEUS acima dos seus. “Faça se cumprir em mim a vontade de DEUS” Lucas 1:38. Maria é um exemplo de um cristão com o espírito missionário, que faz de Jesus a sua única fonte de vida.

Como seria maravilhoso que todos os cristãos dissessem “faça cumprir em mim a tua vontade Senhor”. Que todos os cristãos permitissem serem “engravidados” pelo Espírito Santo com projetos e sonhos do Senhor.

4.       José era um homem Justo e não queria difamá-la.

Aqui entra uma grande história que realmente muda toda forma humana de pensar. Que homem maravilhoso DEUS escolhera para desposar Maria. José era um homem justo.

A bíblia relata em todo a sua extensão poucos homens justos. O caso mais conhecido é de Jó, mas aqui a bíblia afirma que José também é um homem justo.

O que me impressiona é o tipo de homem que José é. Será que nos dias atuais “modernos” podemos encontrar homens de verdade que assumam responsabilidades e queiram assumir os ricos de proteger uma mulher simples e indefesa? Ou que não as julguem e nem as tomem por um simples objeto de prazer – como a mídia tem as qualificado? O mundo hoje – diria um amigo – está de cabeça para baixo, e a coisa mais difícil é encontrar um homem de verdade. Porém José era um homem justo. Eu desejo ser como José, um homem justo.

5.       Um anjo aparece para ele num sonho.

Quando um homem toma a decisão certa, até os anjos aparecem para guiá-los. José decidiu tomar a decisão certa – não infamar a Maria. E por isso um anjo apareceu a ele, e deu todas as instruções que necessitava para ser o pai daquele que seria o salvador do mundo.

Jesus seria um filho bastardo se não fosse José, porém José era um homem justo. Deus escolhe as pessoas certas, porém alguns dizem não. Quando o fazem perdem a grande oportunidade de suas vidas.

Gostaria que nós tomássemos a decisão certa e que os anjos nos aparecessem e dissessem: Estamos de acordo, viemos para proteger os seus planos para que tudo dê certo, você esta agindo como José, na vontade de DEUS.

6.       Tudo fazia parte de um plano há muito elaborado por DEUS.

Há muito tempo que DEUS havia prometido um libertador para o povo de Israel. Havia um plano milenar em curso e tudo isso poderia ser frustrado se José não fosse o homem certo. José poderia ter matado a Maria. José poderia ter colocado tudo a perder. Mas você pode me perguntar: Mas DEUS conhece todas as coisas e Ele não ia permitir tal coisa. É verdade por isso Ele escolheu José.

Quando DEUS escolhe alguém, Ele mesmo cuida. Sabe DEUS tem um projeto maravilhoso, elaborado na eternidade para a vida de todos os seus filhos e filhas e neste projeto consta até o esposo ou a esposa certa para seus filhos. Homens de caráter, honrados como José e mulheres devotas e verdadeiras como Maria. Tudo faz parte de um plano.

7.       Ele casou com Maria como o anjo lhe ordenara.

Hoje muitas pessoas não casam, elas ficam. Muitas são devotas de Maria ou de José ou de Jesus, mas não estão dispostas realmente a seguirem o grande exemplo de José e de Maria. Quando vamos escolher alguém para ser o nosso par, buscamos em DEUS a pessoa certa. Ou tomamos as decisões sozinhas baseadas e nosso interesse pessoal.

Será que estamos dispostos a ouvirmos os nossos anjos quanto à pessoa certa para estar do nosso lado. Talvez um anjo não apareça pra você e lhe diga qual a pessoa certa. Mas existem muitos anjos que podem indicar a pessoa certa, seus pais e seus pastores. DEUS sempre coloca anjos ao nosso redor nós é que algumas vezes não os reconhecemos.

Pra finalizar. Quero e desejo que você rapaz seja que nem José – UM HOMEM JUSTO. E que você moça seja como Maria – UMA MULHER DISPOSTA A FAZER CUMPRIR NA SUA VIDA A VONTADE DE DEUS.

 Um grande abraço.

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Pr. Ronildo da Cruz Ribeiro
Manaus, AM 01 de março de 2013
IDPB Monte Horebe
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Fontes Bibliograficas:
http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A3o_Jos%C3%A9
http://pt.wikipedia.org/wiki/Maria_(m%C3%A3e_de_Jesus)
A história dos Hebreus – Flávio Josefo – Livro digital
Bíblia Sagrada – JFA(RA) Br – The Word Bible , digital

domingo, 3 de março de 2013


                   2 CORÍNTIOS


No tempo transcorrido entre as duas epístolas dirigidas aos coríntios, o relacionamento do apóstolo Paulo com aquela igreja teve algumas mudanças importantes.

O risco de ruptura da comunhão, causa imediata do envio da primeira carta (ver a Introdução a 1Coríntios), não é mais mencionada na segunda. É possível que os conselhos e as admoestações de Paulo tiveram o efeito desejado, e que por fim a ameaça de divisão ficasse superada.
Propósito
Foram, pois, outros problemas que deram origem à Segunda Epístola do Apóstolo S. Paulo aos Coríntios (= 2Co). Deles se sabe que eram graves e que afetaram profundamente o apóstolo, ainda que das circunstâncias em que se produziram e do curso dos acontecimentos só tenham restado uns poucos dados isolados.

O que consta é que Paulo havia resolvido permanecer uma longa temporada em Éfeso. E que, com efeito, por um espaço de três anos, residiu nessa cidade (At 20.31), onde, apesar da oposição de muitos, se havia aberto “uma porta grande e eficaz” ao anúncio do evangelho (1Co 16.9).

É provável que de Éfeso, pouco depois de haver escrito 1Coríntios, o apóstolo viajara pela segunda vez a Corinto, a capital da Acaia. Agora, em 2Coríntios, manifesta: “pela terceira vez, ir ter convosco” (12.14; cf. 13.1).

Aquela segunda visita feita, entre as duas epístolas, consistiu em uma rápida viagem de ida e volta, que o decepcionou e o encheu de amargura (2.1-4).

 Paulo pôde comprovar pessoalmente que as coisas não iam bem na igreja de Corinto, onde, inclusive, se havia tentado desprestigiar o seu ministério e pôr em dúvida a sua autoridade apostólica e a dos seus colaboradores.
A “carta com lágrimas”
Depois do seu regresso a Éfeso, voltou a escrever aos coríntios. E o fez com o ânimo ainda dolorido, como mais tarde ele mesmo haveria de comentar: “Porque, em muita tribulação e angústia do coração, vos escrevi, com muitas lágrimas” (2.4).

 Trata-se de uma carta apropriadamente chamada “com lágrimas”, que alguns comentaristas consideram irremediavelmente perdida, embora outros crêem descobri-la na seção 10.1—13.1 de 2Coríntios. Se este fosse o caso, 2Coríntios seria o resultado de uma fusão muito antiga de pelo menos dois textos paulinos.

A pessoa encarregada de levar a Corinto a “carta com lágrimas” foi Tito, “companheiro e cooperador” de Paulo (8.23; 12.18). Nessa ocasião, o apóstolo decidiu ficar em Éfeso, decisão que logo se viu frustrada por ter de abandonar a cidade subitamente (At 20.1), devido ao alvoroço promovido pelo ourives Demétrio (At 19.23-41).

Quando Tito voltou a se encontrar com Paulo, pôde comunicar-lhe a boa notícia de que a situação em Corinto havia melhorado. Os crentes lamentavam o que havia acontecido e, ao que parece, se sentiam sinceramente arrependidos (7.5-16).

Esta informação, no entanto, chegava acompanhada de outras menos agradáveis sobre a presença de judaizantes (talvez procedentes de Jerusalém) que não recuavam do seu empenho de destruir o prestígio de Paulo na Acaia e de menosprezar a sua autoridade moral (11.22-31; 12.11-13. Ver a Introdução a Gálatas). 

Apesar disso, em termos gerais, a presença de Tito levou tranqüilidade ao coração do apóstolo (2.12-13; 7.6,13-14; 8.6,16).
Conteúdo e estrutura
A carta começa com uma introdução (1.1-11) que conduz ao corpo principal, dividido em três seções (1.12—7.16; 8.1—9.15; 10.1—13.10), e conclui com algumas palavras de despedida e uma doxologia (13.11-14).

Na primeira seção (1.12—7.16), Paulo reflete sobre o estado do seu relacionamento com a igreja de Corinto e expõe as razões que teve para desistir do seu desejo de visitá-la (1.12—2.17). 

Defende apaixonadamente o seu ministério apostólico, que ele chama de “ministério do Espírito” (3.8) e “da reconciliação” (5.18-20), porquanto também Deus “nos reconciliou consigo mesmo por Jesus Cristo” (5.11—6.10), e exorta os crentes a viverem limpos “de toda imundícia da carne e do espírito” (7.1; ver 6.11—7.16).

A segunda seção (8.1—9.15) consiste em um chamado à solidariedade para com os cristãos de Jerusalém, que estavam atravessando uma etapa difícil de necessidades materiais (Rm 15.26).

 É evidente, além do mais, que o apóstolo confiava pouco na generosidade dos coríntios, os quais, entusiasmados a princípio com a idéia de auxiliar os crentes da Judéia, logo, chegado o momento de arrecadar a oferta, pareciam mostrar-se menos favoravelmente dispostos (8.1-15).

A terceira seção da carta (10.1—13.10) surpreende pela veemência do tom empregado. 

O autor, voltando ao tema do ministério, defende o seu direito de ser considerado apóstolo e de ser respeitado como tal. Refere-se às suas muitas tribulações, afirmando que nelas se apraz por amor a Cristo, pois, como disse, “quando estou fraco, então, sou forte” (12.10). E, diante dos que ele chama de “excelentes apóstolos” (11.5; 12.11), manifesta que os títulos do seu próprio apostolado são uma vida consagrada inteiramente ao serviço de Jesus Cristo.
Data e lugar de redação
Os dados de que atualmente se dispõe não permitem precisar o momento nem o lugar de redação de 2Coríntios. Somente a título de probabilidade, poderia ser sugerido que foi escrita entre os anos 54 e 57, em alguma cidade da Macedônia, talvez em Filipos.
Esboço:
Prólogo (1.1-11)
1. O apóstolo defende o seu ministério (1.12—7.16)
a. Razões das mudanças nos planos de viagem (1.12—2.17)
b. A grandeza do ministério do Novo Testamento (3.1—4.6)
c. O zelo do apóstolo na condução do seu ministério (4.7—6.10)
d. Admoestação aos coríntios (6.11—7.4)
e. O relatório de Tito (7.5-16)
2. Oferta para os santos de Jerusalém (8.1—9.15)
a. Recomendações para completar a obra de ajuda (8.1—9.5)
b. Bênçãos derivadas da oferta (9.6-15)
3. Nova defesa do ministério apostólico (10.1—13.10)
a. Legitimidade do ministério (10.1—12.13)
b. Preparação de uma nova visita (12.14—13.10)
Epílogo (13.11-13)




Sociedade Bíblica do Brasil: Bíblia De Estudo Almeida Revista E Corrigida. Sociedade Bíblica do Brasil, 2002; 2005, S. 2Co

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

1 CORÍNTIOS


1 CORÍNTIOS

Corinto
A península do Peloponeso, no Sul da Grécia, é um território montanhoso unido ao resto do país por um istmo curto e estreito. Na época do Novo Testamento estava sob a administração romana, como parte da província da Acaia, cuja capital, Corinto, estava situada a poucos quilômetros a sudoeste do istmo.

Ao longo da sua existência, Corinto conheceu o esplendor e a miséria. No ano 146 a.C., esteve a ponto de desaparecer, arrasada pelos romanos; mas, um século depois, no ano 44 a.C., Roma mesmo cuidou para que a cidade fosse reconstruída e constituída como a residência do governador da província.

 Esse último dado ficou registrado com exatidão em At 18.12-18, onde se diz que o procônsul Lúcio Júnio Gálio governava a Acaia quando Paulo chegou ali na sua segunda viagem missionária.

Corinto tinha uma dupla saída para o mar: para o Adriático pelo porto de Lequeo, e para o Egeu pelo de Cencréia (cf. At 18.18 e Rm 16.1). Essa privilegiada situação geográfica trazia não poucos benefícios à cidade, pois os dois portos eram muito freqüentados pelos barcos que faziam as rotas comerciais através dos dois mares.

A população de Corinto, estimada naquela época em cerca de 600.000 pessoas, incluía mercadores, marinheiros, soldados romanos aposentados e uma elevadíssima proporção de escravos (por volta de 400.000). Corinto era, além disso, um centro de incessante afluência de peregrinos, que vinham de lugares distantes para adorar às diversas divindades que tinham um santuário nela.

A cidade, famosa pela sua riqueza e cultura, era conhecida também pela corrupção moral dos seus habitantes e pela libertinagem que dominava os costumes da sociedade. 

É possível que muitas das críticas que lhe faziam fossem exageradas, mas certamente a má reputação de Corinto, fomentada por causas tão conhecidas como a prostituição sagrada no templo de Afrodite, era notória em toda a bacia do Mediterrâneo.
A igreja de Corinto
Naquele ambiente, a existência de uma pequena comunidade cristã, composta na sua maior parte por pessoas simples, de origem gentia (1.26; 12.2) e de recente conversão, se via submetida a fortes tensões espirituais e morais.

O anúncio do evangelho havia sido bem acolhido desde o princípio, quando Paulo, provavelmente no início da década de 50, chegou a Corinto vindo de Atenas. Durante “um ano e seis meses” (At 18.11), permaneceu na cidade, dedicado à proclamação da fé em Jesus Cristo (At 18.1-18).

As primeiras atuações do apóstolo, segundo o seu costume, visavam travar relacionamento com os judeus residentes (At 18.2,4,6,8); mas a oposição de muitos deles logo o levou a dedicar os maiores esforços à população gentia (At 18.6).

Parece que o trabalho do apóstolo, durante o tempo relativamente longo em que permaneceu na capital de Acaia, visava acima de tudo lançar os fundamentos para que outros depois dele, como Apolo (1.12), pudessem continuar anunciando o evangelho na região do Peloponeso (3.6-15).
Data e lugar de redação
A Primeira Epístola de São Paulo aos Coríntios (= 1Co) foi escrita em Éfeso, onde, segundo At 20.31, Paulo viveu três anos, provavelmente entre 54 e 57.

 Enquanto estava ali, os crentes da congregação fizeram chegar a ele, possivelmente por meio de Estéfanas, Fortunato e Acaico (cf. 16.17), algumas consultas, às quais respondeu com a presente carta (cf. as passagens que começam em 7.1,25; 8.1 e também 10.23; 11.2; 12.1; 15.1).
Propósito
Mais ou menos na mesma data, algumas pessoas “da família de Cloe” informaram ao apóstolo (1.11) sobre a difícil situação que estavam atravessando os crentes de Corinto. Impelidos pela fanática adesão pessoal de uns a Paulo e de outros a Pedro ou a Apolo (1.12; 3.4), haviam posto em grave perigo a unidade da igreja.

Além disso, os antecedentes pagãos da maioria daqueles irmãos continuavam pesando na conduta de alguns, e a corrupção geral, característica da cidade, era influente também na congregação, de modo que, inclusive no seu seio, se davam casos de imoralidade que exigiam ser imediatamente corrigidos.
Conteúdo e estrutura
Paulo começa esta carta abordando o problema das divisões internas, ameaça que caía sobre a comunidade cristã como um sinal da incompreensão e esquecimento de determinadas afirmações básicas da fé: que a Igreja é convocada à unidade de pensamento e de parecer (1.10-17; cf. Jo 17.21-23; Ef 4.1-6; Fp 2.1-11); que a única verdadeira sabedoria é a que “Deus preordenou... para a nossa glória” (1.18—3.4) e que somente Cristo é o fundamento da nossa salvação (3.5—4.5; cf. 1Tm 2.5-6).

Em seguida, trata de orientar os seus leitores sobre outros males que já estavam presentes na igreja, mas cujo progresso devia ser impedido sem perda de tempo: uma situação incestuosa consentida pela congregação (5.1-13), questões judiciais surgidas entre os crentes e promovidas perante juízes pagãos (6.1-11), comportamentos sexuais condenáveis (6.12-20) e atitudes indignas entre os participantes do culto, especialmente na Ceia do Senhor (11.17-22,27-34).

Junto com todas essas instruções, a carta contém as respostas do apóstolo às perguntas dos coríntios relacionadas com o matrimônio cristão e o celibato (7.1-40), com o consumo de alimentos que antes de sua venda pública haviam sido consagrados aos ídolos (8.1-13; 10.25-31) ou com a diversidade e o exercício dos dons outorgados pelo Espírito Santo (12.1—14.40).

Outros textos, relacionados com questões doutrinárias e de testemunho cristão, incluem admoestações contra a idolatria (10.1—11.1) e considerações sobre os enfeites das mulheres no culto (11.2-16) e sobre a instituição da Ceia do Senhor (11.23-26). 

Notáveis pela sua beleza e a sua profundidade de pensamento são o poema de exaltação do amor ao próximo (12.31b—13.13) e a extensa declaração sobre a ressurreição dos mortos (15.1-58).

O corpo central de 1Coríntios, que tem como prólogo uma saudação e uma apresentação temática de caráter geral (1.1-9), conclui com um epílogo que contém breves indicações acerca da oferta para a igreja de Jerusalém, mais as saudações de costume e notas pessoais (16.1-24)                                            Esboço:








Prólogo (
1.1-9)
1. Divisão e escândalo na igreja de Corinto (1.10—6.20)
a. Divisões internas na igreja (1.10—3.23)
b. Correta compreensão do ministério apostólico (4.1-21)
c. Um caso de incesto (5.1-13)
d. Questões judiciais entregues a juízes pagãos (6.1-11)
e. Problemas de imoralidade (6.12-20)

2. Resposta às consultas da igreja de Corinto (7.1—15.58)
a. Matrimônio e celibato (7.1-40)
b. Alimentos consagrados a ídolos e a liberdade cristã (8.1—11.1)
c. Desordem no culto público (11.2-34)
d. A questão dos dons espirituais (12.1—14.40)
e. A questão da ressurreição (15.1-58)
Epílogo (16.1-24)



Sociedade Bíblica do Brasil: Bíblia De Estudo Almeida Revista E Corrigida. Sociedade Bíblica do Brasil, 2002; 2005, S. 1Co

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

ROMANOS


                   ROMANOS
      
Roma
Os mais antigos dados históricos que existem hoje sobre as origens da cidade de Roma remontam ao séc. VIII a.C. 

Naquela época, começaram a povoar-se as sete colinas vizinhas ao rio Tiber, sobre as quais, em um futuro ainda longínquo, haveria de erguer-se a capital do mundo então conhecido.

Aqueles primitivos assentamentos humanos cresceram pouco a pouco, uniram-se entre si, estabeleceram princípios de convivência e assentaram as bases que um dia conduziriam à instauração de um sistema de governo coletivo, conforme o modelo de república que caracterizou Roma entre os séculos VI e II a.C.

À medida em que se afirmava a unidade do Estado, crescia a sua capacidade econômica e militar, de onde se derivou também um forte anseio de possessão territorial que impeliu Roma à conquista de países e à sujeição de pessoas de muitas nacionalidades e línguas diferentes. 

Com o passar dos anos, se fez dona de toda a bacia do mar Mediterrâneo e dos seus territórios circunvizinhos e ainda muito mais além.

Na época de Jesus, a república de Roma havia se transformado em império. E foi em pleno coração daquele Império Romano, em parte admirável e em parte cheio de conflitos e moralmente degradado, onde surgiu a igreja para a qual o apóstolo Paulo escreveu esta epístola, sem dúvida a mais importante das suas do ponto de vista teológico.
Propósito
A Epístola de Paulo aos Romanos (= Rm) tem enriquecido o testemunho de gerações de crentes ao longo da história.

 A profundidade de pensamento do autor põe em destaque a sua confiança na graça de Deus e manifesta a sua vocação e o fervor que o anima; um fervor evangelizador que inspirou acontecimentos decisivos para a história e a cultura da humanidade.

Quando o apóstolo Paulo redigiu esta epístola, a mais extensa de todas as suas, ainda não tivera oportunidade de visitar os crentes residentes em Roma (1.10-15). 

Contudo, a extensa lista de saudações do cap. 16 parece provar que já naquela época contava com não poucos relacionamentos e afetos entre aquele grupo de homens e mulheres que, em pleno coração do império, haviam sido “chamados” para serem “de Jesus Cristo” (1.6).

 Não obstante, é esse conhecimento que e o apóstolo demonstra ter de muitos crentes de uma igreja que nunca havia visitado que tem levado alguns estudiosos a pensarem que o cap. 16, originalmente, não fizesse parte desta carta. Julgam que pode pertencer a outra, possivelmente dirigida a Éfeso, onde Paulo havia estado em mais de uma ocasião e, pelo menos uma vez, durante um longo período de tempo (ver a Introdução a Efésios).

Paulo, muitas vezes, havia se proposto a viajar para Roma (1.9-10,13,15; 15.22-23), para ali anunciar o evangelho (1.15) e repartir com os irmãos “algum dom espiritual”, para que reciprocamente se confortassem “por intermédio da fé mútua” em Cristo (1.11-12). Mas é agora, ao considerar a Espanha como campo do seu imediato trabalho missionário, que vê chegar também a oportunidade de realizar a desejada visita (15.24,28).

Nessas circunstâncias, o apóstolo pareceu entender que a sua presença em Roma contribuiria para superar algumas tensões que estavam surgindo na igreja. Passagens como 11.11-25 e 14.1—15.6 revelam que pairava sobre a comunhão fraternal um sério perigo de divisão, por causa de rivalidades surgidas entre crentes de procedência diferente: uns do Judaísmo e os outros do paganismo (cf. a este respeito At 6.1; Gl 1.7; 2.4).
Data e lugar de redação
Esta epístola foi escrita, provavelmente, por volta do ano 55, durante uma permanência de Paulo na cidade de Corinto. Tanto pelo seu conteúdo como pelas suas características literárias, se assemelha à epístola enviada às igrejas da Galácia. As duas pertencem à mesma época e revelam interesses doutrinários semelhantes. 

O que não se sabe é qual delas foi escrita primeiro. Por isso, alguns vêem em Romanos uma exposição ampliada, muito refletida e serena, da breve epístola aos Gálatas, enquanto que outros pensam que Gálatas é uma espécie de síntese polêmica e veemente da epístola aos Romanos.

De qualquer forma, ambos os escritos devem ser considerados a partir de uma perspectiva comum, posto que, em definitivo, se trata da transmissão de uma mesma mensagem que inclui conceitos fundamentais idênticos: o domínio do pecado sobre todos os seres humanos (Rm 1.18—2.11; 3.9-19, cf. Gl 3.10-11; 5.16-21), a incapacidade da Lei de Moisés para salvar o pecador (Rm 2.12-29; 3.19-20; 7.1-25, cf. Gl 2.15-16; 3.11-13,21-26), a graça de Deus revelada em Cristo (Rm 1.16-17; 3.21-26, cf. Gl 2.20-21; 4.4-7), a justificação pela fé (Rm 3.26-30; 4.1—5.11, cf. Gl 2.16; 3.11,22-26; 5.1-6) e os frutos do Espírito (Rm 8.1-30, cf. Gl 5.22-26).
Conteúdo e estrutura
Quanto à estrutura literária, Romanos se divide em duas partes principais: a primeira é propriamente doutrinária (1.16—11.36); a segunda, de exortação (12.1—15.13).

 Contém, além disso, uma introdução rica em conceitos teológicos (1.1-15) e uma conclusão que completa o texto com um grande número de notas de caráter pessoal (15.14—16.27).

Os temas tratados em Romanos são teologicamente densos, mas Paulo os expõe de um modo ameno e torna fácil a sua leitura introduzindo vários recursos estilísticos: diálogos, perguntas e respostas, citações do Antigo Testamento, exemplos e alegorias. 

A seção doutrinária é a mais extensa. Paulo reflete sobre o ser humano, dominado pelo pecado e incapaz de salvar-se pelo seu próprio esforço.

 Afirma, como o salmista (cf. Sl 14.1-3; 53.1-3), que todos, tanto judeus como gentios, “pecaram e destituídos estão da glória de Deus” (3.23); que somente Deus pode salvar os pecadores e que o faz por pura graça, “pela redenção que há em Cristo Jesus” (3.24).

O tema da fé e a sua importância para a reconciliação do pecador com Deus se estende de 3.21 a 4.25

Em uma linguagem jurídica magistralmente utilizada, o apóstolo introduz termos como “lei”, “mandamento”, “transgressão”, “justificação”, “graça” e “adoção”. 

Mas os apresenta sob a nova luz da liberdade e paz oferecidas em Cristo ao pecador que se arrepende, com quem Deus quis estabelecer um definitivo relacionamento de amor e de vida (5.1—8.39).

Os caps. 9 a 11 constituem uma unidade temática que se destaca do resto da epístola. Aqui, Paulo nos revela a sua íntima preocupação porque Israel não chegou a compreender que “o fim da lei é Cristo para justiça de todo aquele que crê” (10.4).

 No entanto, o apóstolo está convencido de que Deus nunca abandonará o seu povo escolhido (11.1-2), visto que “os dons e a vocação de Deus são sem arrependimento” (11.29). Israel será restaurado (11.25-28), porque Deus terá misericórdia dele como também teve dos gentios (11.11-24,30-32).

A segunda parte de Romanos começa em 12.1. É uma exortação para viver segundo a lei do amor, um apelo à fé e à consciência cristã. 

Todo crente é chamado a pôr em prática essa lei, seja dentro de uma congregação de fiéis (12.3-21; 14.1—15.13), seja nos relacionamentos com a sociedade civil (13.7-9) ou com as autoridades e altas magistraturas do Estado (13.1-7).

A fé precisa manifestar-se na autenticidade do amor. Portanto, a fé se opõe a qualquer atitude de soberba pessoal ou coletiva. A jactância e o menosprezo ao próximo não correspondem com a solidariedade, que resulta do amor e á testemunho dele (12.1—15.13).

A partir de 15.14 até 16.27 se desenvolve o epílogo da epístola. É uma extensa e cativante relação de observações pessoais, recomendações e saudações dirigidas a uma série de fiéis, de muitos dos quais se faz constar as virtudes que os adornam.

 Paulo une às suas as saudações de alguns dos seus colaboradores, como Timóteo e Tércio, que escreveu a epístola, e também de alguns parentes, como Lúcio, Jasom e Sosípatro (16.21-22). 

O cap. 16 não registra somente saudações e recomendações, mas dedica também as suas últimas palavras para animar os seus leitores e para afirmar a vitória reservada aos que confiam no poder de Deus (“E o Deus de paz esmagará em breve Satanás debaixo dos vossos pés”, v. 20).

Finalmente, uma esplêndida doxologia encerra a epístola com chave de ouro (16.25-27).
Esboço:
Prólogo (1.1-15)
1. Salvação somente pela fé (1.16—11.36)
a. Anúncio do tema: O justo viverá pela fé (1.16-17)
b. A indesculpável pecaminosidade humana (1.18—3.20)
c. Justificação mediante a redenção efetuada por Cristo (3.21—4.25)
d. A nova vida de liberdade do justificado pela fé (5.1—8.39)
e. A incredulidade de Israel (9.1—11.36)
2. Exortações: A justificação pela fé aplicada à nova vida (12.1—15.13)
a. Em amor autêntico (12.1-21)
b. Em submissão às autoridade instituídas por Deus (13.1-14)
c. Sem menosprezo ao irmão mais fraco (14.1—15.13)
Epílogo (15.14—16.27)
Os planos evangelísticos do apóstolo (15.14-33)
Saudações, recomendações e doxologia final (16.1-27)



Sociedade Bíblica do Brasil: Bíblia De Estudo Almeida Revista E Corrigida. Sociedade Bíblica do Brasil, 2002; 2005, Rm