A REGENERAÇÃO
É evidente que as
escrituras se referem a uma grande transformação operada em todos aqueles que
se tornam cristãos. Essa transformação é inseparável do arrependimento para com
Deus e da fé em nosso Senhor Jesus Cristo. Eis a razão porque a Regeneração é
apresentada em tão íntima conexão com o Arrependimento e a Fé.
“Visto que Deus é uma
trinade e que o Pai e o Filho desempenham um papel tão saliente na redenção do
homem, é muito racional inferir que o Espítito Santo também tem participação
nesta obra benéfica. Depois que a expiação foi realizada pelo Logos encarnado
e que Ele ascendeu para a mão direita de Deus, a justiça foi satisfeita e o
governo de Deus foi vindicado em retidão e, portanto, todos os obstáculos foram
removidos a fim de que a graça de Deus pudesse ser livremente derramada sobre o
homem, visando a sua recuperação. Era justamente em tal conjuntura que se
tornava necessário algo, antes que nosso Redentor, em Sua Pessoa glorilicada e
teantrópica, pudesse entrar em contato vital com o homem pecaminoso. Visto que
o espírito do homem é o centro de seu Ser ético, e uma vez que a salvação é,
principalmente, transação ética, segue-se que o homem precisa ser
espiritualmente despertado e iluminado a fim de poder receber e aprender as
coisas pertencentes a Cristo e aceitá-lO pela fé. Nesta conjuntura, pois, é que
se verifica a operação necessária do Espírito Santo, para a criação de uma nova
vida. Assim sendo percebe-se que Deus, ao traçar um plano para a recuperação
moral e física do homem, estabeleceu contato vital em cada ponto sucessivo. Não
há falhas, não há lacunas, na obra da graça redentora, desde o princípio até o
fim. Tudo foi vitalizado; tudo é orgânico”. KEYSER.
2.1. Sua
importância.
2.1.1. Relação estratégica com a família de Deus.
“Mas a todos quantos o
receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus; a saber: aos que
crêem no seu nome.” Jo 1.12.
Acesso à família de Deus
consegue-se da mesma forma pela qual é obtido acesso às famílias humanas, a
saber, por geração ou nascimento. Em um caso e no outro, tem de haver
comunicação de vida e natureza. No caso dos filhos de Deus, trata-se da
comunicação eterna e da natureza divina.
2.1.2. Relação estratégica com o Reino de Deus.
“A isto respondeu Jesus: Em
verdade, em verdade te digo que, se alguém não ser de novo, não pode ver o
reino de Deus. Perguntou-lhe Nicodemos: Como pode um homem nascer, sendo velho?
Pode porventura, voltar ao ventre materno e nascer segunda vez? Respondeu-lhe
Jesus: Em verdade, em verdade te digo: Quem não nascer da água e do espírito
não pode entrar no reino de Deus”.Jo 3.3-5.
A regeneração ou novo
nascimento é a porta de entrada ao reino de Deus. Para quem não tiver essa
experiência, a porta há de permanecer inevitavelmente cerrada, e o homem
inexoravelmente separado de Deus.
Cristo salientou a
importância dessa doutrina, nas palavras que usou em Sua notável entrevista com
Nicodemos. Cada vez que Ele declamou a condição, empregou a expressão enfática:
“Em verdade, em verdade”. Desse modo, Jesus mostrou que o novo nascimento não é
questão facultativa e sim absolutamente obrigatória.
A regeneração é
importantíssima. Determina a linha de separação entre a vida eterna e a morte
eterna, entre a filiação eterna e a separação eterna.
2.2. Seu
Significado.
2.2.1.
Negativamente considerado.
(1) Não é o batismo - nem está identificada com ele, nem dele resulta.
“Porque ainda que
tivéssemos milhares de preceptores em Cristo, não terieis, contudo, miuitos
pais; pois eu pelo evangelho vos gerei em Cristo Jesus”. 1Co 4.15; cf. 1Co 1.14; At
8.13, 14, l8-23; 11.12- 14; 10.44-48.
Aqueles que ensinam a
regeneração batismal interpretam João 3.5 e Tito 3.5 como passagens que
fornecem base para acreditar-se que a regeneração só tem lugar em conexão com o
batismo. Mas, qualquer que seja a interpretação dada a essas passagens, o que é
certo é que não sustentam essa doutrina. Alguns interpretam-nas figuradamente,
à luz de Ef 5.26, que diz: “para que a santificasse... por meio da lavagem de
água pela palavra...”. Se o batismo e a regeneração fossem idênticos, então a
linguagem de Paulo na passagem
acima citada seria incoerente e contraditória.
“Uma importante conclusão
deduz-se do emprego pelo Espírito da verdade na regeneraçao, a saber, que a
regeneração não é efetuada pelo ato do batismo. Em várias passagens do Novo
Testamento, o batismo é claramente associado à conversão, e quase sempre com os
começos da vida cristã (ver At 2.38; Rm 6.3-4; lPe 3.21). Não há, porém,
evidência concludente de que, em qualquer dessas passagens, o batismo seja
considerado no sentido que lhe dá o catolicismo, a saber, de que é um ato que
por si mesmo regenera sem referência ao espírito do batizando. Igualmente essas
passagens não sustentam a opinião de outros, de que o batismo completa o ato da
regeneração. O erro de ambos os pontos de vista está em se considerar o batismo
como meio que visa a determinado fim, quando a verdade é que ele não passa de
uma expressão externa desse fim, que foi doutro modo realizado. O batismo
simboliza a regeneração mas jamais a produz. A verdadeira significação do
batismo é moral e espiritual. É a resposta de uma boa consciência para com
Deus. Aqui, a verdade é claramente diferenciada do símbolo. E o símbolo tem
valor tão somente como espelho que reflete a verdade.” MULLINS.
(2) Não é reforma – não é um passo externo, natural, para
frente, nem mera reversão de atitude moral ou mental.
“A
isto respondeu Jesus: Em verdade, em verdade te digo que, se alguém não ser de
novo, não pode ver o reino de Deus. Perguntou-lhe Nicodemos: Como pode um homem
nascer, sendo velho? Pode porventura, voltar ao ventre materno e nascer segunda
vez? Respondeu-lhe Jesus: Em verdade, em verdade te digo: Quem não nascer da
água e do espírito não pode entrar no reino de Deus. O que é nascido da carne,
é carne; e o que é nascido do Espírito, é espírito”. Jo 3.3-6; ver Jo 1.13; Tg
1.18.
Nicodemos
era expoente da crença e do ensinamento farisaico que compõem grande ênfase
sobre a conformidade externa com a lei; mas Jesus disse em substância: “É
insuficiente a conformidade externa, quer com os requisitos cerimoniais ou
morais. Somente a regeneração pode satisfazer à necessidade do homem e à
exigência de Deus”. A conformidade externa é da carne, a regeneração é do
Espírito; a conformidade externa parte da vontade do homem, mas o novo
nascimento é produzido pela vontade de Deus.
“Os
fariseus eram a melhor gente daquela época; entretanto eram os maiores
fracassos. Contra mais ninguém, Jesus lançou tão ferozes denúncias. E por que?
Porque substituiam o arrependimento e a fé pela reforma externa; empregavam
meios humanos para realizar aquilo que somente o Espírito Santo pode fazer.
Assim também hoje, é farisaica a obra do fariseu, todo plano que visa o
melhoramento da sociedade, mas não atinge a doença em sua própria raiz nem
aplica o remédio na própria sede da vida: a alma humana”. LASHER.
2.2.2. Positivamente considerada, a regeneração é:
(1) Uma geração espiritual.
“Pelas
quais nos tem sido doadas as suas preciosas e mui grandes promessas para que
por elas vos torneis co-participantes da natureza divina, livrando-vos da
corrupção que há no mundo”. 2Pe 1.4; cf. 1Jo 3.9; 4.7; Jo 1.13; Tg 1.18; 1Pe
1.23.
A
regeneração é apresentada como uma divina geração ou procriação. O nascimento
sempre é a condição da vida, quer no terreno físico, quer no espiritual. Não há
vida sem nascimento. E isso é tão verdade no terreno espiritual quanto no
físico. O nascimento é a ideia básica de regeneração, pelo que também o
vocábulo regeneração significa um ato e não um processo; um ato de deus e não
do homem; um ato de Deus por meio do Espírito Santo, pelo qual a natureza do
deus vivo é implantada no homem.
Toda
criança tem pai. Se sou filho de Deus, então Deus é meu pai. Cada geração está
ligada de filho para pai, desde Adão. Assim também na regeneração, há uma
comunicação de vida: a própria vida de Deus. Somos tão certamente participantes
da natureza divina, em virtude do nosso segundo nascimento, como o somos da
natureza humana pelo nosso primeiro nascimento.
(2) Uma revivificação
espiritual.
“Ele vos deu vida,
estando vós mortos nos vossos delitos e pecados... e estando nós mortos em
nossos delitos, nos deu vida juntamente com Cristo, pela graça sois salvos, e
juntamente com ele nos ressuscitou e nos fez assentar nos lugares celestiais em
Cristo Jesus” Ef 2.1, 5-6; cf. Jo 5.21; 5.25.
A ressurreição é a
restauração à vida daquilo cujo interior a vida se extinguira. Por meio do
pecado, o espírito do homem caiu em condição de morte espiritual. Entre ele e
Deus à desobediência, foi efetuada uma separação. Morte é desunião. Na
regeneração o homem é reunido com Deus. Regeneração é reunião. O homem é
revivificado, saindo de seu estado de morte espiritual e de destruição e entrando
numa vida de união e comunhão com Deus.
(3) Uma trasladação espiritual.
“Ele nos libertou do
império das trevas e nos transportou para o reino do Filho de seu amor” Cl
1.13; cf. 1Jo 3,14; Jo 5.24.
Esta designação considera
a regeneração na mudança de esfera que efetua. Trata-se da transferência de um
para outro reino; do reino das trevas, no qual governa o pecado e Satanás, para
o reino do Seu amado Filho. Quando o homem transfere sua lealdade do eu e do
pecado e de Satanás para Deus, passa a achar-se numa nova esfera de vida e de
ação.
(4) Uma criação espiritual.
“Pois somos feitura dele,
criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus de antemão preparou para
que andássemos nelas” Ef 2.10; cf. Gl 6.15; 2Co 5.17; Ez 36.26, 27; Ef 4.24; Cl
3.10.
Na declaração de Paulo e
2 Coríntios, vemos apresentada uma nova unidade, “uma nova criação”, em uma
nova esfera, “em Cristo Jesus”, dotada de uma nova ordem, “as cousas antigas já
passaram; eis que se fizeram novas”.
A regeneração é um ato
sobrenatural da parte de Deus. Não é evolução, mas sim, elevação à outra
potência - a comunicação de uma nova vida. É uma revolução - Uma mudança de
direção resultante dessa vida. É uma crise que tem em vista um processo. Passa
a gerir, na vida do homem regenerado, um novo poder governante, mediante o qual
este é capacitado a tornar-se santo em sua experiência.
A regeneração é o ato
bondoso, soberano e revivificador do Espírito Santo, mediante o qual a vida e
natureza divinas são transmitidas à alma do homem, causando uma reversão em sua
atitude para com Deus e com o pecado, cuja expressão, mediante o arrependimento
e a fé é assegurada pela instrumentalidade da palavra de Deus.
2.3. Sua
Necessidade.
A necessidade da
regeneração é tão extensa quanto as fronteiras da raça humana e tão intensa
quanto a depravação e a iniqüidade do coração humano. A necessidade se encontra
onde quer que esteja o honuem, pois como “podereis fazer o bem, estando
acostumados a fazer o mal?” Isso é demostrado:
1. Pela capacidade daquilo que pertence a um reino ou
ordem, de passar por si mesmo para
outro reino ou ordem, sem ajuda externa.
“A
isto respondeu Jesus: Em verdade, em verdade te digo que, se alguém não ser de
novo, não pode ver o reino de Deus. Perguntou-lhe Nicodemos: Como pode um homem
nascer, sendo velho? Pode porventura, voltar ao ventre materno e nascer segunda
vez? Respondeu-lhe Jesus: Em verdade, em verdade te digo: Quem não nascer da
água e do espírito não pode entrar no reino de Deus. O que é nascido da carne,
é carne; e o que é nascido do Espírito, é espírito. Não te admires de eu te dizer:
importa-vos nascer de novo” Jo 3.3-7;
cf. Gl 6.15.
Aquilo que pertence ao
reino mineral não pode, por si mesmo e sem ajuda externa, obter entrada no
reino logo acima: o reino vegetal. A vida vegetal precisa rebaixar-se até ao
reino mineral e transmitir-se ao que pertence a este último, assim elevando-o
de um reino para outro superior. O mesmo pode ser dito a respeito daquilo que
pertence ao reino vegetal em relação ao reino animal. O mesmo princípio também
opera em referência ao homem, no reino de Deus. O homem se encontra atualmente
no reino da natureza, o qual se tornou o reino das trevas, isto é, o reino de
Satanás; e, a não ser que nasça do alto deve permanecer ali para sempre. A vida
de Deus no Espírito Santo há de rebaixar-se até esse reino, a fim de
transmitir-se àqueles que são seus súditos, assim transportando-os para o reino
de Deus.
2. Pela condição do
homem: morte espiritual.
“Ele vos deu vida,
estando vós mortos nos vossos delitos e pecados” Ef 2.1; cf. 1Tm 5.6; 1Co 2.14.
A necessidade da
regeneração do homem deriva-se de sua total destituição de vida espiritual: sua
morte em dlitos e pecados.
3. Pela carêcia, por parte do
homem, de uma natureza espiritual santa e pela perversidade de sua natureza
adâmica.
“Pode acaso o etíope
mudar a sua pele, ou o leopardo as suas manchas? Então podereis fazer o bem,
estando acostumados a fazer o mal” Jr 13.23; cf. Jo 3.6; Rm 7.18; 8.7, 8; Jr
17.9, l0.
Em seu estado natural o
homem está entenebrecido no entendimento, corrompido nas afeições, e afastado
de Deus.
Viver uma vida pressupõe
uma natureza da qual proceda aquela vida. “Colhem-se, porventura, uvas dos
espinheiros ou figos dos abrolhos?” Viver a vida natural pressupõe nascimento
natural; viver a vida espiritual pressupõe nascimento espiritual. A depravação
separou o homenu de Deus, pelo que, na expressiva linguagem das Escrituras, ele
está alheio à vida de Deus. Como poderá ser conseguida uma reunião? Uma vez que
as duas partes, Deus e o homem estão em conflito, há de realizar-se uma
alteração em uma ou ambas as partes, antes que possa haver reconciliação. Mas
Deus é imutável; pelo que a alteração, se tiver de ocorrer, precisa ser
efetuada no homem. Assim, percebemos a necessidade da regeneração. É tão
necessária quanto a salvação da alma, é desejável, pois não pode haver salvação
sem reconciliação com Deus.
A necesidade de
regeneração prende-se à falta de vida e natureza espirituais no homem e a sua
incapacidade de mudar sua esfera de vida.
2.4. Seu
modo.
2.4.1. Pelo lado divino: um ato
soberano de poder.
“Pois, segundo seu
querer, ele nos gerou pela palavra da verdade, para que fossemos como que
primícias de suas criaturas”. Tg 1.18; cf. Jo 3.5; 1.13; Tt 3.5.
Os homens nascem de novo
quando gerados por Deus. A soberania de Deus, nesse caso, se interpõe. Algo é
infundido. Na salvação de cada pessoa há uma autêntica operação do poder
divino, mediante o qual o pecador é morto revivificado; o pecador indisposto é
tornado disposto; o pecador recalcitrante e obstinado tem a consciência
abrandada, e aquele que anteriormente rejeitava a Deus e desprezava o
oferecimento do evangelho é levado a lançar-se aos pés de Jesus.
2.4.2. Pelo lado humano: um duplo ato de fé dependente.
(1) A
palavra escrita é recebida e crida.
“Pois, segundo seu
querer, ele nos gerou pela palavra da verdade, para que fossemos como que
primícias de suas criaturas”. Tg 1.18; cf. 1Pe 1.23; At 2.41; 1Co 4.15.
O Espírito Santo é o
agente imediato da regeneração, não obstante, Ele se serve da “palavra da
verdade”, a semente incorruptível da palavra de Deus, que “vive e é
permanente”.
O homem perdeu-se ao
duvidar da palavra de Deus; e é salvo ao confiar nela.
(2)
A palavra viva é crida e
recebida.
“No princípio era o
Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus... Mas, a todos quantos o
receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus; a saber: aos que
crêem em seu nome.” Jo 1.1,12; cf. Gl 3.26; 1Jo 5.1.
A confiança em Cristo é
essencial, como acompanhamento e como evidência da regeneração. A crença,
naturalmente, há de ser do coração e é idêntica com o ato de receber a
Cristo.
A regeneração, uma obra
divina, é operada por um Agente divino; mas tem também seu aspecto humano,
sendo acompanhada por requisitos humanos.
2.5.
Seu Resultado
Os resultados da
regeneração são os frutos de uma vida renovada e expressam a vida de Cristo
operante nos homens.
2.5.1.
Mudança radical na vida e na experiência.
“E assim, se alguém está
em Cristo, é nova criatura: as cousas antigas se passaram; eis que se fizeram
novas.” 2Co 5.17.
A regeneração não é
gradativa em sua ocorrência, mas é imediata, ainda que sejam gradativas algumas
de suas manifestações.
2.5.1.
Filiação a Deus.
“Mas, a todos quantos o
receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus; a saber: aos que
Crêem em seu nome.” Jo 1.12; cf. Gl 3.26.
A regeneração é a porta
através da qual penetramos na vida familiar de nosso Pai celeste. A inimizade é
substituída pela relação filial.
2.5.3. Habitação do Espírito Santo.
“Não sabeis que sois
santuário de Deus, e que o Espírito de Deus habita em vós?” 1Co 3.16; cf. 1Co
6.19; Rm 8.9-11.
O Espírito Santo vem
residir dentro de nós na qualidade de Espírito de adoção, ensinando-nos a
reconhecer e perceber os privilégios que nos têm sido outorgados mediante essa
mesma relação.
2.5.4.
Libertação da esfera e escravidão da carne.
“Porque a lei do Espírito
da vida de Cristo Jesus, te livrou da lei do pecado e da morte... Vós, porém,
não estais na carne, mas no Espírito, se de fato o Espírito de Deus habita em
vós. E se alguém não tem o Espírito de Cristo esse tal não é dele.” Rm 8.2,9.
Apesar de que o homem
regenerado não se encontre na esfera da carne, ainda possui a carne (Gl 5.16,17). A nova natureza,
recebida na regeneração, não expele, nem destroi nem desenraíza a antiga
natureza. As duas co-existem. A velha natureza está presente, mas seus efeitos
devem ser mortificados por intermédio do Espírito (Rm 8.13). A carne está
presente, mas não estamos debaixo de seu domínio. Alguns asseveram que Gl 5.17
apresenta um experiência inferior. Em Romanos 8 obtemos uma experiência mais
elevada, quando a natureza carnal é arrancada. Contudo, em Rm 8.12,13 vemos que
a carne continua presente, ainda que subjugada.
2.5.5. Uma
fé viva em Cristo.
“Todo aquele que crer que
Jesus é o Cristo é nascido de Deus; e todo aquele que ama ao que gerou, também
ama ao que Dele é nascido.” 1Jo 5.1. O homem que rejeita a divindade de Cristo
demonstra a falta de uma das evidênicias essenciais de que foi regenuerado.
2.5.6. A vitória sobre o mundo.
“Porque todo o que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a
vitória que vence o munndo, a nossa fé.” 1Jo 5.4; cf. 1Jo 2.15-17; Ap 3.4,5;
comparar com 1Jo 5.4,5.
A fé é o elo de ligação
entre a alma e Deus, a ponte entre a fraqueza humana e o poder divino. Dessa
maneira, a fé se torna um canal através do qual a onipotência de Deus se torna
disponível na experiência humana.
2.5.7. Cessação de pecado como prática da vida.
“Todo aquele que pratica
o pecado, também transgride a lei: porque o pecado é a transgressão da lei...
Todo aquele que é nascido de Deus não vive na prática do pecado; pois o que
permanece nele é a divina semente; ora, esse não pode viver pecando, porque é
nascido de Deus.” 1Jo 3.4,9.
A regeneração visa o arrependimento,
que por sua vez importa na renúncia do pecado.
2.5.8. Estabelecimento da justiça como
prática da vida.
“Se sabeis que ele é justo, reconhecei também que todo aquele
que pratica a justiça é nascido dele.” 1Jo 2.29.
A
regeneração inclui a retificação da disposição orientadora da vida, e desse modo
abrange o fato de sermos tornados justos.
2.5.9. Amor cristão.
“Nós sabemos que já
passamos da morte para a vida, porque amamos os irmãos; aquele que não ama
permanece na morte.” 1Jo 3.14 .
O amor é atributo
essencial da vida divina, quer se encontre em Deus ou no homem.
Os resultados da
regeneração são a um tempo reais e revolucionários, atingindo a vida e a
natureza, o caráter e a conduta.
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