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domingo, 30 de dezembro de 2012

MALAQUIAS


                  MALAQUIAS
O profeta e o seu meio
Malaquias, o nome que aparece na introdução deste breve escrito, deriva do termo hebraico malachi, que significa “o meu mensageiro”. 

E, uma vez que um profeta é propriamente um mensageiro de Deus, “Malaquias” pode ser entendido não só como nome próprio, mas também como título daquele a quem Deus confia um ministério profético.

O surgimento deste texto deve ter acontecido depois que, a partir do ano 516 a.C., foram retomadas regularmente as cerimônias do culto (1.6—2.9) no templo de Jerusalém, após a sua reconstrução (cf. 3.10).

 É provável que Malaquias tenha exercido as suas funções em fins do séc. VI ou no começo do V a.C., durante um período intermediário entre a atividade de Ageu e Zacarias (segunda metade do séc. VI a.C.) e o de Esdras e Neemias, cerca de um século depois.

 Também pode-se pensar que a pregação de Malaquias abriu o caminho para as reformas realizadas por Neemias.
O livro e a sua mensagem
Com o Livro de Malaquias (= Ml), último dos doze que formam o grupo dos chamados Profetas Menores, encerra-se o bloco da literatura profética da Bíblia e coloca-se o ponto final à última página do Antigo Testamento.

O texto de Malaquias caracteriza-se pelo tom polêmico com que aborda os diversos temas. 

A própria estrutura literária da mensagem é uma espécie de discussão retórica, de diálogo com os seus destinatários, a cujas perguntas e objeções o profeta responde. A fórmula discursiva é a seguinte:

(a) o Senhor estabelece um princípio geral ou condena uma prática reprovável habitual no povo;

(b) os interpelados apresentam as suas dúvidas e fazem perguntas, introduzidas, às vezes, de maneira irônica pelo profeta;

(c) o Senhor intervém novamente, confirma e amplia o que tinha dito antes, acrescenta mais reprovações e anuncia o castigo dos culpados.

O objetivo imediato da reprovação profética de Malaquias são os sacerdotes que, com a sua negligência, permitem que o pecado se instale no próprio templo (2.11) e que são os responsáveis pelos abusos praticados na celebração dos sacrifícios (1.6—2.9);

 mas também censura com severidade os maus, os injustos, os ímpios, os que repudiam a sua esposa para se unirem a uma estrangeira (2.10-16) e os que deixam de pagar os seus dízimos, defraudando assim o Senhor.

 O juízo condenatório de Malaquias se estende a todos os que não têm temor a Deus (3.5).

Por outro lado, a mensagem do profeta revela o estado de ânimo em que se achavam muitos israelitas passadas várias décadas da repatriação dos exilados na Babilônia.

 As grandes dificuldades econômicas que tinham de enfrentar, os relacionamentos problemáticos com os povos vizinhos e a demora no cumprimento das promessas que haviam escutado pela boca de Ageu e Zacarias deram lugar entre eles para o desencanto e para dúvidas sobre o amor e a justiça de Deus (cf. 2.17).

 Por isso, Malaquias afirma, com paixão, que Deus ama ao seu povo (1.2) e que não deixará de cumprir as promessas que lhe fez.

 O Dia do Senhor vem “vem ardendo como forno”, mas para os que temem o nome do Senhor “nascerá o sol da justiça e salvação trará debaixo das suas asas” (4.1-2).
Esboço:
1. O amor do Senhor por Jacó (1.1-5)
2. O Senhor repreende os sacerdotes (1.6—2.9)
3. Condenação do repúdio da própria esposa e do matrimônio com estrangeiras (2.10-16)
4. O dia do juízo se aproxima (2.17—3.5)
5. O pagamento dos dízimos (3.6-12)
6. O justo e o mau (3.13-18)
7. O advento do Dia do Senhor (4.1-6)



Sociedade Bíblica do Brasil: Bíblia De Estudo Almeida Revista E Corrigida. Sociedade Bíblica do Brasil, 2002; 2005, Ml

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