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segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

JOEL


                            jOEL
                  
O profeta
O início do Livro de Joel (= Jl) traz a única informação que se tem sobre a pessoa do profeta: “Joel, filho de Petuel” (1.1). Além disso, não existe qualquer registro que permita saber quando ou onde Joel viveu, onde nasceu, qual a sua idade e atividade.

Essa falta de informação tem dado lugar a diversas conjeturas quanto à época em que o profeta exerceu o seu ministério e, conseqüentemente, a respeito das pessoas às quais dirigiu a sua mensagem ou as nações às quais fez referência.

Apenas alguns indícios, revelados pela análise literária do texto, permitem supor que pregou em época posterior ao exílio na Babilônia, talvez em torno do ano 400 a.C. 

Pode-se pensar que a tragédia do ano 586 a.C., com a destruição de Jerusalém e o cativeiro babilônico dos seus habitantes (2Rs 25.1-26), está presente na mente de Joel quando ele anuncia o castigo divino contra as nações que “espalharam” Israel, “repartiram” a terra de Judá, enviaram os habitantes de Jerusalém ao desterro e até os venderam como escravos aos gregos (3.2-6).

 Em suporte a essa hipótese, pode-se observar também que, segundo Joel, a autoridade em Jerusalém encontra-se nas mãos dos anciãos e dos sacerdotes. Já não é exercida pelo rei, nem está entregue aos funcionários da monarquia, instituição que este livro não menciona.

Ao contrário dos profetas anteriores ao exílio, Joel participa, na sua mensagem, do pesar dos sacerdotes, porque foi cortada da Casa do Senhor “a oferta de manjar e a libação” (1.9), isto é, porque se interrompeu a atividade do culto com tudo o que ela envolvia (1.9,13-14,16; 2.14-15). 

Neste livro, parecem ecoar as palavras de alguns dos profetas pré-exílicos: Cf. 1.15 com Is 13.6; 2.32 com Ob 17; 3.16 com Am 1.2; 3.18 com Am 9.13.
O livro e a sua mensagem
A mensagem deste profeta está inteiramente voltada em uma só direção: “Porque o dia do Senhor vem... dia de nuvens e de trevas espessas... grande e terrível” (2.1-2,31). 

Mas sobre o pano de fundo do juízo de Deus, Joel descreve a dramaticidade do momento presente: uma terrível praga de gafanhotos atingiu o país como um exército bem treinado, e não sobrou sequer um fiapo de vegetação depois que eles passaram em sucessivos ataques devorando a tudo (1.4,6-7). 

Mas ainda não terminou, pois ao ataque dos gafanhotos segue uma seca muito grande, que deixa pessoas e animais sem água nem alimento. 

A situação torna-se, enfim, extremamente crítica, a ponto de até o culto no templo ser afetado, uma vez que a escassez de cereais e de vinho exigiu a restrição das ofertas e libações (1.9,13,16).

Nessas circunstâncias, Joel solicita aos sacerdotes que convoquem o povo de Judá para que se reúna na Casa do Senhor, em assembléia (1.14; 2.15-16), a fim de jejuar e clamar diante do Senhor e, acima de tudo, para demonstrar arrependimento sincero (2.13).

Apesar da urgência dos acontecimentos narrados, o profeta não perde de vista o tema último e principal do seu anúncio: os castigos presentes são o prelúdio do momento em que Deus, Senhor e Juiz universal, julgará a todos os povos e nações da terra (1.15; 2.1-2; 3.14).

 Esse instante derradeiro e terrível será o dia frente ao qual “todos os rostos são como a tisnadura da panela” (2.6). Apesar disso, também será um dia de graça e de salvação, porque “todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo” (2.32).

Assim, a quantos prestarem atenção a essa mensagem, são-lhes anunciadas as maravilhas do Senhor, as suas grandes obras em favor deles e a sua vontade misericordiosa e perdoadora (2.21,18-27; 3.18-21).

 De uma forma muito especial, deve-se recordar aqui a promessa divina transmitida por Joel: “Derramarei o meu Espírito” (2.28-32). 

E o Israel de Deus, o Israel de todos os tempos, receberá a plenitude do dom do Espírito, como aconteceria séculos mais tarde em Jerusalém, no dia de Pentecostes (At 2.16-21).
Esboço:
1. Devastação pelo gafanhoto; o “Dia do Senhor” (1.1—2.2a)
2. Novo anúncio do “Dia do Senhor” (2.2b-11)
3. A misericórdia do Senhor (2.12-27)
4. Derramamento do Espírito de Deus (2.28-32)
5. Juízo do Senhor sobre as nações (3.1-15)
6. Libertação de Judá (3.16-21)


Sociedade Bíblica do Brasil: Bíblia De Estudo Almeida Revista E Corrigida. Sociedade Bíblica do Brasil, 2002; 2005, Jl

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