Com
cinco pedras na mão
1 Samuel 17.39-40
Eis a história como
nos conta a Bíblia: o gigante Golias ameaçava e humilhava o povo
de Israel. Ele era um
guerreiro profissional, com vasta experiência em combates. Ele
era o orgulho da raça
filistéia, e não seria exagero dizer que muitos jovens de sua terra
queriam crescer e ser
como ele: um vencedor.
Ele estava certo da
vitória contra os israelitas, por isso propôs que houvesse um duelo,
uma luta entre dois
guerreiros apenas, cada um representando o seu povo. O povo do
guerreiro derrotado
se tornaria escravo do povo do guerreiro vencedor. A terra devia
tremer quando aquele
brutamontes pisava com vontade. Durante 40 dias ele humilhou o
povo de Israel.
Ninguém se atrevia a descer na arena e enfrentar o monstro, que além
da força física,
estava tão armado que mais parecia um arsenal ambulante.
Até que apareceu Davi
no cenário. O jovem pastor de ovelhas não era um guerreiro.
Mas quando ouviu as
provocações do gigante, ficou chocado que ninguém se oferecesse
para o enfrentar. É
assim que Davi salta para as páginas da fama na Bíblia. Indignado,
ele vai ao riacho,
apanha cinco pedras e vai enfrentar a fera. Era como se cada pedra
representasse uma
coisa boa, como coragem, convicção, competência, confiança e
conquista.
1. A
pedra da CORAGEM
Davi demonstrou não
estar com medo do gigante. Chegou-se para o rei Saul e lhe disse:
“Ninguém deve
ficar com o coração abatido por causa desse filisteu; teu servo irá e
lutará
com ele” (v. 32).
Às vezes, a gente
fica impressionado com o tamanho dos nossos golias, os problemas, e
fica se encolhendo de
medo. Davi parecia não estar com medo. Será que ele era tão
ingênuo assim? Ou
será que foi porque ele tinha uma outra visão do problema? Lendo
ou ouvindo o texto,
fica a impressão de que os soldados de Israel se comparavam com o
gigante e se
intimidavam. Davi, não. Ele comparava o poder do gigante com o poder de
Deus, e foi daí que
extraiu coragem.
2. A
pedra da CONVICÇÃO
Davi levou consigo a
pedra da convicção. Para convencer o rei de que ele, Davi, tinha
alguma experiência
com as lutas da vida, ele disse: “O Senhor que me livrou das garras
do
leão e das garras do urso me livrará das mãos desse filisteu”
(v. 37). Davi não
pressupôs que ele
mesmo tivesse alguma força, mas atribuiu ao Senhor suas vitórias
sobre um leão e sobre
um urso. E estava convicto de que o mesmo Senhor lhe daria
também esta outra
vitória. Como diria Stanley Jones, ele não apenas possuía
convicções; mas ele,
sim, é que estava possuído por elas.
Sem convicção, uma
pessoa se encolhe, se esconde, empalidece, enfraquece, esmorece,
estremece e esquece o
que deveria fazer; mas se ela tem convicção, ela reúne forças, vai
à luta e vence o
inimigo.
3. A
pedra da COMPETÊNCIA
O rei Saul quis
ajudar Davi a se preparar para a luta e colocou nele armas reluzentes,
bonitas, caras,
provavelmente até importadas. Mas a cena ficou ridícula, e Davi
devolveu as armas de
Saul, dizendo: “Não consigo andar com isto, pois não estou
acostumado”
(v. 39). Esta palavra é importante: você só vai conseguir utilizar as armas
que Deus lhe dá, se
você estiver acostumado com elas. A Bíblia é espada de dois
gumes, poderosa como
poucas armas, mas infelizmente há irmãos que não estão
acostumados a
manejá-la. E assim, ficam expostos ao perigo. Recomenda-se pois que
todo guerreiro de
Cristo tenha intimidade com as armas espirituais: a Palavra de Deus, a
oração, a adoração, a
obediência...
Davi se preparou conveniente
e competentemente: foi ao riacho e escolheu cinco pedras
lisas e as colocou em
sua bolsa, levando também sua atiradeira (v. 40).
4. A
pedra da CONFIANÇA
Davi disse ao
filisteu: “Você vem contra mim com espada, com lança e com dardos,
mas
eu vou contra você em nome do Senhor dos Exércitos, o Deus dos exércitos de
Israel,
a quem você desafiou” (v. 45).
O gigante zombou de Davi e suas armas. Mas quando vamos em nome de Deus, somos
O gigante zombou de Davi e suas armas. Mas quando vamos em nome de Deus, somos
“mais que
vencedores”. O gigante achava que entendia tudo de lutas e combates, mas
Davi foi ao encontro
dele “em nome do Senhor dos Exércitos”. Em Provérbios 21.31
lemos: “...o
cavalo prepara-se para o dia da batalha, mas do Senhor vem a vitória”.
Ouviu, irmão?
Então... de onde vem a vitória?
Não vem de nossa
sabedoria,
Não vem de nossa
esperteza no lidar com os Golias da vida,
Não vem da
sofisticação de nossos recursos.
Não vem da potência
de nossas armas.
Vem do Senhor, o Deus
de Davi.
A Bíblia diz que o
nosso Deus é Senhor de tudo, inclusive “Senhor dos exércitos”.
5. A
pedra da CONQUISTA
Davi correu ao
encontro do gigante, e atirou nele uma pedra. Atirou e acertou. Foi uma
pedra só; era a pedra
da conquista. O gigante caiu feio, fazendo muito barulho na queda
e foi derrotado (v.
49). Com toda a sua experiência nos campos de batalha, com todas
as armas que ele
trazia consigo, ainda assim o gigante perdeu. Por que perdeu?
O gigante perdeu
porque zombou de Deus, e de Deus ninguém deve zombar. Ele é um
Deus que nos criou,
nos protege, nos sustenta, nos ama, nos abençoa, mas também quer
ser levado a sério.
Ele não quer que o nome dEle seja usado em vão. Ele quer que sua
Palavra seja
observada. Ele não é brincadeirinha de gente desocupada. A Bíblia deixa
claro isso quando
diz: “Horrenda coisa é cair nas mãos do Deus vivo” (He 10.31).
Quer ver só?
1. Os irmãos de José
zombaram de Deus, venderam o seu irmão como escravo,
como se ele fosse um
animal, e depois tiveram que se desculpar com ele e
reconhecer que ele
era instrumento de Deus para a sobrevivência deles.
2. Faraó zombou de
Deus, caiu nas mãos do Deus vivo, afundou e se afogou no
Mar Vermelho com
todos os seus “carros e cavaleiros”!
3. Os cananeus
zombaram de Deus, caíram nas mãos do Deus vivo e sumiram da
história.
4. O ambicioso
Absalão zombou de Deus, do pai e do país, caiu nas mãos do Deus
vivo e morreu jovem,
sem trono e sem nome.
5. Jezabel zombou de
Deus, morreu e virou ração para cachorro.
6. O orgulhosíssimo
Nabucodonozor zombou de Deus, caiu nas mãos do Deus vivo
e foi comer grama com
e como os animais!
7. Os conspiradores
contra Daniel zombaram de Deus, e foram devorados pelos
leões da Babilônia.
8. O político
inescrupuloso na corte persa, Hamã, planejou um Holocausto contra o
povo de Deus, e foi
executado na própria forca que mandou preparar para
Mardoqueu.
Deus é amor. Se você
o temer e servir, ele colocará a vitória nas suas mãos, como fez
com o jovem Davi. Mas
se você fizer como o povo de Israel fez ao tempo de Jeremias,
Ele revelará o outro
lado de sua pessoa, que você não vai ficar feliz em conhecer.
Davi venceu o gigante
zombador. Venceu porque Deus lhe deu a vitória!
Conclusão
É imensa a tentação
de pensar que a vitória é produto do próprio braço do homem.
Como na história do
pica-pau, que li faz pouco e com a qual concluo:
Era uma vez um
pica-pau que se pôs a dar bicadas no tronco de uma árvore. Concentrou
toda a sua força no
bico e começou a trabalhar.
Ao mesmo tempo em que
fazia isso, uma forte tempestade se aproximava.
Chuva, trovões,
relâmpagos.
Um raio caiu e
derrubou a árvore.
Vendo aquilo, o
pica-pau primeiro recuou assustado.
Depois, se empinou e
foi, fanfarrão, dizer aos amigos:
— Vocês viram como eu
sou forte?
Davi não diria isso;
na verdade, o que ele disse foi: “...eu sou pobre e necessitado;
contudo
o Senhor cuida de mim. Tu és o meu auxílio e o meu libertador; não te
detenhas, ó meu Deus” (Sl 40.17).
Pr. João Soares da
Fonseca
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