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sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

SOFONIAS


                    SOFONIAS
  


              O profeta e o seu meio

O título desta obra (1.1) relaciona os nomes dos ascendentes de Sofonias até o seu trisavô Ezequias, que alguns identificam como sendo o rei de Judá mencionado em 2Rs 18.1—20.21 (cf. 2Cr 29.1—32.33; Is 36.1—39.8).

 E, com certeza, o nome é o mesmo, e a época em que viveu o antepassado do profeta também parece corresponder à do governo daquele monarca (721-693 a.C.); no entanto, tais coincidências não bastam para se chegar à conclusão de que se refiram à mesma pessoa.

A informação biográfica transmitida pelo livro de Sofonias é que o profeta desenvolveu a sua atividade durante o reinado de Josias, rei de Judá (640-609 a.C.).

 Esta foi a época em que as antigas tradições do povo foram restauradas e freou-se o grave deterioramento que a religiosidade judaica havia sofrido durante os reinados de Manassés e de Amom (2Rs 21); e foi também então que, tendo se descoberto, em 622 a.C., o “Livro da Lei”, Josias empreendeu a reforma do culto de Jerusalém (2Rs 22.3—23.25; 2Cr 34.8—35.19).

Coube, provavelmente, a Sofonias representar um papel importante no processo de rearmamento moral e espiritual de Judá; mas, uma vez que a sua proclamação se encaixa melhor em uma época de depravação e em uma sociedade dominada pelo paganismo e, além disso, visto que não contém a menor alusão às reformas de Josias, é fácil supor que a sua atividade profética deu-se em um período imediatamente anterior à condução da obra realizada pelo rei, talvez entre os anos 630 e 625 a.C.
         O livro e a sua mensagem

A mensagem profética de Sofonias (= Sf) começa com o anúncio de um desastre de dimensões universais.

 O Senhor afirma que, por causa dos pecados de Judá, está para destruir “todas as coisas sobre a face da terra”, tanto aos homens como aos animais.

 Somente se salvarão — “porventura” — os “mansos da terra” (2.3) e os que verdadeiramente procuram agir com justiça (cap. 1). Em uma segunda parte (cap. 2), o oráculo do profeta é lançado mais diretamente sobre os inimigos de Judá. 

O juízo de Deus alcançará as nações pagãs, desde os filisteus habitantes da costa mediterrânea até os assírios da Mesopotâmia. Em terceiro lugar (cap. 3), Sofonias proclama uma mensagem de esperança dirigida ao pequeno resto, os “restantes de Israel” (v. 13), ao “povo modesto e humilde” (v. 12) que houver sobrevivido à catástrofe.

 A este o profeta anuncia “lábios puros” para invocar o nome do Senhor (v. 9) e libertação definitiva de todo cativeiro (v. 19).

O tema central da mensagem de Sofonias é o anunciado “grande Dia do Senhor” (1.7,10,14), tema que já havia despertado o interesse de outros profetas (cf. Am 5.18-20). Sofonias o descreve com pinceladas sombrias: “Aquele dia é dia de indignação, dia de angústia e dia de alvoroço e desolação, dia de escuridade e negrume, dia de nuvens e densas trevas” (1.15). 

Nele haverá clamor, castigo e pilhagem e nele gritarão os valentes (1.8-13). Mas esse dia terrível também porá fim ao domínio da maldade sobre a terra e à indiferença dos que pensam que Deus permanece alheio ao drama da existência humana (1.12).

Esboço:
1. O dia da ira do Senhor (1.1-18)
2. Juízos contra as nações vizinhas (2.1-15)
3. O pecado de Jerusalém e a sua redenção (3.1-20)



Sociedade Bíblica do Brasil: Bíblia De Estudo Almeida Revista E Atualizada. Sociedade Bíblica do Brasil, 1999; 2005, S. Sf 

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