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quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

AGEU


                         AGEU
                O profeta e o seu meio
O profeta Ageu demonstra, no livro que leva o seu nome (= Ag), um interesse especial pela precisão dos dados históricos que menciona.

 Repete datas e notícias (1.1,15; 2.1,10,20) que permitem estabelecer com exatidão o tempo em que começou a exercer a sua atividade: o ano 520 a.C., “ano segundo do rei Dario” (1.1), que governou entre 521 e 485 a.C.

Ciro, o monarca fundador do Império Persa, promulgou no ano 538 a.C. o seu célebre edito (2Cr 36.22-23; Ed 1.1-4) que pôs fim ao cativeiro dos judeus na Babilônia (2Rs 25.1-22).

 Pouco depois, no ano 537, os judeus que haviam regressado a Jerusalém iniciaram com entusiasmo a reconstrução do templo (Ed 1.1-11). 

Entretanto, o fervor inicial logo se apagou; no seu lugar, propagou-se entre as pessoas um profundo desânimo, provocado, em parte, pela precariedade dos meios de que dispunham (1.6) e, em parte, pela intranqüilidade de ter de enfrentar cotidianamente a atitude hostil dos samaritanos (Ed 4.1-24).

 Tais circunstâncias afetaram as obras de restauração do templo, provocando, inclusive, a sua total paralisação (Ed 4.24), ao mesmo tempo em que, em contraste, começavam a aparecer na própria Jerusalém belas mansões particulares de membros ricos da comunidade (1.4).

A situação assim criada, aliada à falta de estabilidade política que reinava no Império Persa desde o ano 522 a.C., fornece o pano de fundo para a mensagem que Ageu tinha de apresentar ao povo e às autoridades mais importantes de Jerusalém: a Zorobabel, governador de Judá, e a Josué, sumo sacerdote (cf. Ed 5.1-2; 6.14).
O livro e a sua mensagem
A profecia de Ageu consiste basicamente em uma exortação a começar sem demora a reconstrução do templo, que não podia permanecer em ruínas por mais tempo, mas devia ser restaurado para a glória de Deus (1.8).

 A ordem procede de Deus (1.8) e não pode ser ignorada sem que disso resultem sérios danos para todos: a seca, a perda das colheitas e a pobreza, que serão os sinais da cólera divina (1.9-11). 

Por outro lado, Deus abençoará e trará uma rápida e perene salvação ao seu povo, se, mediante o esforço de todos, o templo for reconstruído (1.8; 2.6-9; 2.20-23).

A reação positiva de Zorobabel e Josué aos apelos unânimes de Ageu e Zacarias (cf. Ed 6.14) despertou o adormecido entusiasmo popular (1.12-14). 

As obras foram retomadas sem perda de tempo, e, não muito tempo depois, foi possível celebrar com grandes manifestações de alegria a dedicação do santuário recém-restaurado (Ed 6.15-18).
Esboço:
1. Exortação para a reedificação do templo (1.1-15)
2. A glória do novo templo (2.1-9)
3. Repreensão da infidelidade do povo (2.10-19)
4. Promessa do Senhor a Zorobabel (2.20-23)


Sociedade Bíblica do Brasil: Bíblia De Estudo Almeida Revista E Corrigida. Sociedade Bíblica do Brasil, 2002; 2005, S. Ag 

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